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Arquitetos: Colectivo C733
- Área: 1900 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Rafael Gamo
Descrição enviada pela equipe de projeto. Observatório do mangue, da lagoa e das estrelas. A Lagoa de Bacalar é o maior recife bacteriano de água doce do mundo. É um dos poucos lugares onde existem estromatólitos vivos, um tesouro evolutivo inestimável.
Também é o único remanescente de manguezal que resta na margem da lagoa da cidade mexicana de Bacalar, e está exposto a uma enorme fragilidade devido ao crescimento urbano.
A estratégia principal do projeto foi reduzir ao mínimo o programa solicitado e agir com precisão para possibilitar o percurso por entre a riqueza natural da flora e fauna da região, afetando minimamente o local.
Para isso, foi construído um cais quadrado de 200 m de cada lado, voltado para o norte e com altura variável para não tocar no mangue nem nas árvores, e deslizar rente à lagoa. Os espaços sólidos abrigam um laboratório de pesquisa e serviços, que podem se estender para uma área sombreada por meio de árvores altas.
Foi criado um sistema estrutural eficiente, construído com madeira local e certificada, encontrando a medida certa para ser pilar, viga e fundação ao mesmo tempo.
Além disso, a estratégia paisagística foi fortalecida com a redução da construção, projetada para mitigar a poluição das águas pluviais da cidade por meio de filtros naturais, depressões e jardins pluviais, bem como a reabilitação do manguezal degradado.
Por último, foi incorporada à visita uma museografia em escala, como uma linha do tempo de 10.000 anos, gravando na madeira a história da biodiversidade local. O projeto convida o visitante a tomar consciência e preservar o local, além de fomentar a gestão social de um espaço público e gratuito para os moradores de Bacalar.